Obras Literárias

CASPER LÍBERO

As obras literárias contemplam cinco narrativas em prosa (quatro romances e um volume de contos) e um livro de poemas, descritos a seguir:

Til. José de Alencar.
Escrito em 1872, Til é um romance regionalista que busca compreender e valorizar as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais do País. Sobre ele, o próprio autor escreveu: “Onde não se propaga com rapidez a luz da civilização, que de repente cambia a cor local, encontra-se ainda em sua pureza original, sem mescla, esse viver singelo de nossos pais, tradições, costumes e linguagem, com um sainete todo brasileiro. Há não somente no país, como nas grandes cidades, até mesmo na corte, desses recantos, que guardam intacto, ou quase, o passado. O Tronco do ipê, o Til e O gaúcho vieram dali (...)”.
Memórias póstumas de Brás Cubas. Machado de Assis.
Segundo o professor e ensaísta Alfredo Bosi, “o ponto mais alto e mais equilibrado da prosa realista brasileira acha-se na ficção de Machado de Assis”. Editado em livro em 1881, Memórias póstumas de Brás Cubas chama a atenção pela riqueza expressiva das técnicas experimentadas, articulando três perspectivas essenciais: a condição humana, a feição psicológica e a característica brasileira.
O cortiço. Aluísio Azevedo.
É com o lançamento de O cortiço, em 1890, que o Naturalismo atinge seu apogeu. Sobre a obra, o professor e ensaísta Alfredo Bosi declarou: “(...) desistindo de montar um enredo em função de pessoas, [o autor] ateve-se à sequencia de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem, no conjunto, do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista. Existe o quadro? Dele derivam as figuras.”
Sentimento do mundo. Carlos Drummond de Andrade.
Para o crítico Otto Maria Carpeaux, a obra de Drummond é a “expressão duma alma muito pessoal, é poesia objetiva”. Em Sentimento do mundo, lançado em 1940, o eu lírico dos poemas manifesta particular interesse pelos problemas da vida pessoal, relacionando-se diretamente com o contexto histórico da década de 1930.
O fio das missangas. Mia Couto.
Lançado em 2009, O fio das missangas reúne 29 histórias breves cujas tramas contemplam não somente situações e personagens aparentemente sem importância como também simples estados de espírito plenos de significados implícitos. A prosa poética de Mia Couto está vinculada às experimentações estilísticas e formais de dois escritores brasileiros: Guimarães Rosa e Manoel de Barros, com cujas obras ela estabelece um profícuo diálogo.
Leite derramado. Chico Buarque.
Lançado em 2009, Leite derramado conta a história de um homem muito velho que está num leito de hospital. Sobre a obra, a professora e ensaísta Leyla Perrone-Moisés escreveu: “O texto é construído de maneira primorosa, no plano narrativo como no plano do estilo. A fala desarticulada do ancião, ao mesmo tempo em que preenche uma função de verossimilhança, cria dúvidas e suspenses que prendem o leitor. O discurso da personagem parece espontâneo, mas o escritor domina com mão firme as associações livres, as falsidades e os não ditos, de modo que o leitor pode ler nas entrelinhas, partilhando a ironia do autor, verdades que a personagem não consegue enfrentar”.

Filmes obrigatórios
As narrativas audiovisuais reúnem dois filmes de ficção e dois documentários, apresentados a seguir.
A montanha dos sete abutres. Billy Wilder.
Lançado em 1951, A montanha dos sete abutres discute o sensacionalismo no mundo jornalístico e a espetacularização da sociedade contemporânea.
São Paulo S/A.Luiz Sérgio Person.
A trama de São Paulo S/A se passa no momento da euforia desenvolvimentista provocada pela instalação das indústrias automobilísticas estrangeiras no Brasil no final dos anos 1950. Lançado em 1965, o filme analisa as relações entre capital e trabalho no mundo capitalista.
Sob a névoa da guerra. Errol Morris.
Neste documentário, lançado em 2003, o ex-secretário de defesa norte-americano Robert S. McNamara avalia com uma franqueza desconcertante alguns dos eventos mais decisivos da história contemporânea.
Jogo de cena. Eduardo Coutinho.
Atendendo a um anúncio no jornal, mulheres contam suas histórias de vida num estúdio. Posteriormente, atrizes interpretam as histórias narradas. Lançado em 2007, o documentário Jogo de cena trata do mundo da representação, discutindo os limites entre ficção e realidade.

Professores

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